Sócio – Por que parou?

No clássico filme “E o Vento Levou” de 1939, vê-se na cena final que o aborrecido Rhett Butler (Clark Gable) deixa a manipuladora Scarlett O’Hara (Vivien Leigh) usando a célebre frase “Francamente, minha querida, eu não dou a mínima”, sinalizando que não nutria mais nenhum sentimento por ela, e que qualquer decisão que ela viesse a tomar pouco lhe importaria.

Isso ocorre em nossa vida pessoal e comercial, quando por algum motivo nos desinteressamos por algo que originalmente foi importante. Vê-se isso quando, por exemplo, nosso tradicional banco não nos dá a atenção que desejaríamos, e somos convidados a ser sócios de uma Cooperativa de Crédito que promete suprir essa deficiência.

Com essa promessa o cliente aceita a mudança, passando a ser sócio. Decisão essa que lhe impõe situações novas como: incorporar as premissas do cooperativismo, aceitar a localização de nossa agência e de nossa rede de atendimento, aprender nossas tecnologias, empenhar-se na construção desse novo relacionamento, aceitar nossas soluções, taxas e limites, etc. Ou seja, precisam de um enorme empenho pessoal para aceitar essa mudança, haja vista que a quase totalidade desses novos clientes já estão sendo atendidos por um banco de varejo. Isso significa dizer que, perante o gerente do banco que o sócio deixará, ecoa a frase “Francamente, minha querida, eu não dou a mínima”, demonstrando o desapego a esse relacionamento comercial.

Qual e de quem foi a promessa? Somos ávidos em buscar novos sócios com a promessa de que nossa oferta é muito mais inteligente e harmoniosa do que da oferecida pelos bancos de varejo e dizendo, inclusive, que temos tecnologias competitivas e melhor atendimento do que dispõe na concorrência.

Agora, se analisarmos “de quem foi a promessa”, vemos que o relacionamento sempre estará pautado pelo vínculo de pessoas e que a Singular sempre será uma entidade fria e inanimada. Assim, quando nosso profissional conquista um novo sócio, ele se apresenta como sendo o padrão de atendimento que será dado a esse convidado. Pelo lado do novo sócio, a promessa é a de que concentrará suas operações na Singular, visando receber os benefícios de nosso modelo associativista.

O relacionamento: Dá-se um tempo para que o novo sócio possa interagir com o quadro funcional da unidade e com nossas soluções, para que obtenha uma boa avaliação da promessa original da Singular. Já quanto a Singular, seu papel nesse relacionamento será o de cumprir sua promessa ao novo sócio, pois essa contrapartida será fundamental para obtermos solidez ao saudável ciclo desse relacionamento.

O acompanhamento: Aqui começam nossas reflexões, pois há sinais claros de que há um expressivo percentual de nossos sócios que pouco ou nada fazem do prometido, e de tempos em tempos, os vemos em nossas estatísticas como “inativos”, sem que nos atentemos aos reais motivos dessa condição frente a sua promessa original de elevada aderência à Singular. Equivocamente o cotidiano nos leva a crer que esses sócios “inativos” estão na condição de baixa aderência por decisão própria, frente à crença de que a Singular fez o possível para lhe entregar da melhor maneira nossos diferenciais. Contudo, a realidade é mais cruel do que aceitar que haja imperfeição apenas pelo lado desse sócio. Ocorre que a Singular, na grande maioria das vezes, não detém ou usa ineficazmente seus processos de acompanhamento individualizado dos sócios frente ao seu real potencial.

Reflexões sobre o não acompanhamento da promessa:

O que faz nossos sócios ficarem “inativos”?

Outras ponderações:

Reflexões finais: “Francamente, minha querida, eu não dou a mínima”. Assim, havendo sócios para os quais a Singular não dará a mínima se as deixar, devemos favorecer sua saída da sociedade. Para os demais sócios rotulados corretamente como “inativos”, precisamos dispender esforços para reativá-los ou, no mínimo, permitir que nos ensinem onde evoluir.

Esse delicado tema recebe a devida atenção em sua Singular?

Concordar é secundário. Refletir é urgente.

Ricardo Coelho – Consultoria e Treinamento com Foco no Cooperativismo de Crédito
www.ricardocoelhoconsult.com.br – 41-3569-0466 – Postado em 29/01/2018