Princípios orientais na escolha do nome da Singular

Os orientais são reconhecidamente sábios ao refletirem sobre preceitos da natureza e por adaptá-los com indelével simplicidade ao cotidiano da vida. Um destes ricos ensinamentos é a forma de definir o nome de um novo ser. Delegam esta missão ao sábio da região que, antes de escolher o nome, “define” qual será a mais representativa “função” deste novo ser naquela sociedade. Assim, o nome explicitará a utilidade prática deste novo integrante naquele circunscrito ambiente.

Você deve estar se perguntando. O que tem a ver esta abordagem oriental sobre a escolha do nome com o negócio: cooperativa de crédito. Tudo. Pois nosso modelo de negócio está passando por uma ampliação muito mais de estrutura (fusões) que de tamanho ou eficácia. Sim. As aglutinações (fusões, incorporações etc), acompanhadas ou não por expansão para novos segmentos acontecem de forma cada vez mais intensa, contudo sem a devida reflexão sobre o nome – a “função” – da nova instituição resultante deste processo.

O fato: diante de fusões ou de um forte crescimento orgânico regional da Singular, advindo ou não da possibilidade de trabalhar com novos públicos ou da livre admissão, é usual perceber problemas desnecessários e melindrosos de posicionamento regional e de segmento.

Estes problemas, na grande maioria, surgem porque não se analisou a necessidade política e mercadológica de se reinventar o nome da nova instituição alinhado a sua nova “função”. Isto permitiria mais sustentabilidade e perenidade. Percebe-se um esforço equivocado em manter os princípios, nome e a sede da Singular “maior”, e isto causa traumas ao explicitar predileções de região, público, origem etc. Algo que pode ser fatal. Reflitamos: por que uma singular, mesmo crescendo organicamente ou aglutinando outras singulares, mantém o nome que explicita o nicho que a constituiu, a cidade, região etc? Será por que unicamente ela era a “forte” neste processo? Será que manteve a sede na origem sem analisar a nova coerência estratégica, logística e política?

Atenção: As fusões serão inevitáveis. Se este processo ainda não ocorreu com sua singular, em breve ocorrerá. Portanto, percebo que muitos nomes de singulares estão perigosamente destoando da “função” intrínseca do nome tão bem estruturado na cultura oriental. Mas, como tudo nesta vida, devemos refletir como podemos adaptar este ensinamento oriental a nossa realidade.

Assim, sugiro que passemos a escolher um nome para nossa Singular que transmita ao nosso mercado: força, vigor, união, segurança, pujança, estrutura, proximidade, parceria etc, e que seja comercialmente curto, simples, expressivo e vendedor. Deve ainda ser eclético – nada bairrista, geográfico ou regional, e muito menos sinalizar predileção por um segmento específico. Outro discreto e relevante detalhe, é que o nome não deve sinalizar ser uma financeira em novas regiões onde a marca ou Cooperativismo de crédito ainda não se sedimentou. Portanto. Escolher bem o nome comercial de nossa Singular nos permite crescer para novos e necessários ricos mercados, sem o custo e atritos mercadológicos advindos do relançamento periódico de uma nova marca.

Reflexão final: acredito que nossa equipe de consultores seja uma das mais atuantes comercialmente em nosso mercado, atendendo as mais variadas Singulares das inúmeras “bandeiras” espalhadas pelo Brasil. Assim sendo, oriento que se sua Singular está filiada a uma destas “grandes marcas mães”, deve utilizá-la com destaque como seu “prenome”, pois realmente transfere uma grande força a sua marca.

Mas atenção: devemos evitar alguns percalços já presenciados por algumas destas marcas “mães”, que além de corretamente pasteurizar para suas Singulares filiadas o uso da marca, sistemas, riscos, e outros processos operacionais, equivocadamente também pasteurizaram seu modus operandi político e comercial. Lembremos que o maior diferencial que sua Singular frente aos bancos de sua praça é a sua identidade política e comercial local, aliada a sua pujança histórica. É a tão explicitada e necessária: “Singularidade”. E isto não pode ser “entregue” ou “delegado” a nenhuma instância superior. Contudo, podemos sim, receber da “bandeira” apoio nestes processos.

Fiquemos com o ensinamento oriental: A “FUNÇÃO” da sua Singular determinará seu nome.

Concordar é secundário. Refletir é urgente.

Ricardo Coelho – Consultoria e Treinamento com Foco no Cooperativismo de Crédito

www.ricardocoelhoconsult.com.br – 41-3569-0466 – Postado em 28/12/2009