Mais Valia. O reembolso do salário – O quarto dos sete segredos das metas comerciais

A perfeita compreensão deste artigo precede do alinhamento, mesmo que superficial, do conceito de Mais Valia do economista alemão do século XVIII Karl Marx. Seria a diferença entre valor final da mercadoria ou do serviço frente à soma do valor dos meios de produção e trabalho. Algo revolucionário há 200 anos, onde ainda se acreditava na renda da terra e no salário de subsistência.

A lógica por trás da Mais Valia

Ainda hoje vemos a prática destes preceitos em nossa sociedade de trabalho capitalista. Salários são pagos conforme o mercado de trabalho e não por engessamento dos detentores dos meios de produção e riquezas. Nesta briga, os capitalistas precisam de incentivos e reais ganhos para manter suas riquezas alocadas em meios de produção gerando empregos, e não apenas para obter receitas em mercados financeiros especulativos. Assim, é justo o lucro pela alocação direta ou indireta de suas riquezas em meio de produção, como salários, permitindo-lhe reinvestir ainda mais, gerando mais empregos e melhores lucros

Esta mesma lógica deve ser internalizada pelos dirigentes de uma Singular quando estes são eleitos para gerir as riquezas dos sócios a eles confiadas. Estas riquezas devem fomentar a região onde atua nossa Singular, e retornar em forma de ganhos generosos a estes investidores, caso contrário o modelo de negócio financeiro não se sustenta, haja vista não existir poupança de investidores a nós confiada para promover empréstimos e serviços e assim remunerá-los acima da segurança da Selic.

A Mais Valia a ser promovida pelos funcionários

Nossos funcionários recebem dignos salários para permitir que o trâmite de recursos entre poupadores de recursos e tomadores de crédito seja eficaz, sempre agregando serviços financeiros de varejo. Desta feita geram riquezas para que sua Singular possa pagar seus salários e haja eficaz resultado para remunerar os investidores, independente de onde esteja estes seus recursos na Singular. Nesta linha de raciocínio encontramos a Mais Valia de nossos funcionários, já que a riqueza gerada por eles deve ser sempre maior que a soma do custo de seu salário e os custos de processo, de estrutura e de oportunidade.

A Mais Valia nas Metas

Recorro novamente à lógica comercial de uma loja de sapatos pela sua clareza didática. Imaginemos então que em uma loja de sapatos o salário é de R$ 1.000,00 e o ganho líquido do empresário por par vendido é R$ 100,00, imaginaríamos que após o 10º par de sapato o funcionário já “se pagou” e poderia participar de metas por produção. Ocorre que neste mercado hipotético a média de venda de pares de sapato por mês é de 30 pares e há oferta de mão de obra. Assim, o dono do capital empreendedor só passará a pagar variáveis por meta após o 30º par. Pode parecer estranho, mas em nosso modelo de negócio este conceito de Mais Valia deve ser ainda mais ampliado, para que a prática seja entendida, mesmo que muitos a achem injusta. Ou seja, nossos profissionais de venda, em alusão aos 30 pares de sapatos a serem vendidos todo mês, devem manter sua base de rentabilidade atual como fruto de seu salário, sem aqui questionarmos se a base está bem trabalhada ou ponderou-se o crescimento vegetativo do negócio, das receitas e despesas (temas de outros artigos). Vale então dizer que o salário recebido é a paga justa pelo resultado de um bom trabalho comercial, e que bonificação por metas só devem existir sobre o excedente (30 pares) já que são premiações aos resultados de esforços comerciais acima da média.

A Mais Valia em um hipotético negócio comercial

Por mais desconfortável que pareça a lógica da Mais Valia verá que ela é claríssima e permeia nosso mercado capitalista onde atuamos e enfrentamos astutos e velhos bancos de varejo. Se um dia você leitor montar um negócio próprio, lembre-se de respeitá-la, pois todo aquele que decidir aplicar suas riquezas em meios de produção e serviços deve viabilizar a Mais Valia de cada centavo. Somos 100% impactados pela Mais Valia, e como costumo relembrar em meus artigos e seminários: O mercado é soberano e muito maior que nosso interessante modelo de negócio. Ou seja, é prudente sermos hoje eficazes frente a Mais Valia se desejarmos dentro de algumas décadas pensarmos em reposicionar este fortíssimo preceito capitalista diante de nossas propostas de uma sociedade mais harmônica. Importante: Já se percebe dificuldades comerciais em algumas Singulares, as quais tendem a alegar que seu fraco desempenho foi em função da falta de ética, de postura do Sr. Mercado e não da sua desatenção aos preceitos capitalistas de nosso mercado, os quais nem sempre claros, mas reais e antigos.

Reflexão Final: há uma produção comercial mensal a ser entregue pelos nossos funcionários que deve compreender a manutenção da sua geração de riqueza atual, caso esta já seja interessante, e a uma contínua elevação de resultado que demonstre ao seu patrão (sócio) que é merecedor do emprego e reconhecimento frente aos demais funcionários, explicitada na meritocracia financeira.