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Governança Corporativa em lua de mel com o cooperativismo de crédito

A parcela mais aguerrida comercialmente do cooperativismo de crédito – livre admissão e empresários – está em lua de mel com a Governança Corporativa. E para que seja uma vida repleta de realizações e felicidade é necessário transparência e parceira na saúde e na doença. Portanto, esta formosa esposa deve explicitar suas verdades. Só assim aproveitaremos seus ricos ensinamentos apregoados aos quatro ventos, em especial junto as grandes empresas com ações negociadas em bolsa. Caso contrário, estaremos casando atraídos pela sua beleza plástica e modismo como acontece com um ingênuo adolescente diante do seu primeiro amor. Isso traria perdas irreparáveis de tempo, recursos e oportunidades para a Singular.

Tudo bem. Admitimos, então, que ela é uma dama de ouro e nosso relacionamento tem tudo para dar certo. Porém, antes de entrar de cabeça neste relacionamento e nos mudarmos para a casa da Sra. Governança, precisamos que ela nos conheça profundamente e não nos pasteurize como se fôssemos os outros relacionamentos que já teve. Só assim poderá se sintonizar a nossa realidade e gradualmente nos apoiar, em especial, no esforço de nos fazer esquecer de alguns paradigmas de gestão que edificamos anos a fio e que pouco irão nos ajudar na implementação do projeto de Governança.

Mas que a bela dama Governança não se engane! Ela deve primeiro aceitar que uma grande parcela do cooperativismo de crédito irá se casar (ou já se casou) com ela não por desejar, mas sim por ser esta uma determinação legal. Portanto, ela deverá ter calma e tato político e profissional para conduzir com maestria esta mudança de visão e atitude na mente de nossos líderes. Caso contrário, serão pífios os benefícios desta união, com um divórcio previsível e custoso para a Singulares.

Já que muitos de nós vão ser obrigados a nos casar com a Governança, vamos ser práticos e lhe expor algumas de nossas verdades para que ela não venha alegar desconhecimento. Só assim nos ajudará como uma equipe – marido e mulher – que busca edificar algo grandioso durante anos a fio.

Vamos juntos analisar certas premissas internalizadas em alguns de nossos líderes e que precisam ser revistas com a ajuda da Sra. Governança, agora nossa esposa:

Para pensarmos:

Reflexão final: muita calma nesta hora e extremo cuidado com o uso excessivo do jeitinho brasileiro diante das prerrogativas da Governança Corporativa, em especial quanto à simples mudança de nomenclatura e organograma para atender o prazo, o processual do BC e a plástica da Governança.

Saibamos aproveitar os ensinamentos desta coerente proposta nos apresentada pela Sra. Governança e passemos a implementá-la gradualmente em nosso modelo de negócio, sempre respeitando cada Singular em seu momento, tamanho, história, capacidade financeira e humana, e em especial, sua ambição mercadológica.

Por fim, fiquemos espertos, pois sabemos que ainda não somos os melhores do mercado e se desviarmos muito esforços (pessoas, tempo, recursos…) para este projeto, poderemos debilitar nossa eficácia mercadológica. E é o mercado que nos julgará, com ou sem Governança Corporativa.

Concordar é secundário. Refletir é urgente.

Ricardo Coelho – Consultoria e Treinamento com Foco no Cooperativismo de Crédito

www.ricardocoelhoconsult.com.br – 41-3569-0466 – Postado em 12/02/2012