Estratégia de Captação – Fazer antes o simples bem feito – Síntese de 45 artigos

Acredito que o mercado de captação está mudando, mas não na enorme velocidade que alguns querem acreditar, aqui incluindo alguns formadores de opinião de nosso modelo de negócio. Por terem acesso a mais informação, tendem a direcionar seu comportamento e crenças para investimentos com tendências mais arrojadas, e isso, sem que percebam sua influência em seu quadro comercial e em seus contatos. Mas, pelo fato da quase totalidade de nossas Singulares só terem Depósito a Prazo como uma eficaz solução para alavancar seu funding, o qual gera dinheiro para emprestar em sua carteira comercial, elas devem se atentar para o fato de que, além de ser a única, essa solução é de suma relevância para a perenidade da instituição.

Fundos: Lembrando sempre que, como já tratado em vários de nossos artigos, fundos não geram funding (dinheiro para emprestar), além de serem captados para outras instituições. Inclusive, muitos desses fundos irão comprar papeis em DI de bancos concorrentes. O que é inglório, já que, diretamente, as reservas de nossos associados aplicadas nesses fundos irão fomentar o crédito massificado de nossos concorrentes. Cabe aqui ainda relembrar que renomadas corretoras de investimentos que hoje estão em voga, indiretamente emprestam a seus clientes o rótulo de “atualizadíssimos” quanto as melhores oportunidades de aplicações, mas muitos desses investidores esquecem que essas corretoras não tem qualquer compromisso caso os papeis que agenciam venham a dar prejuízo, inclusive com perda de 100% do investido. Contudo, dando lucro, ela participa desse ganho. Reflitamos.

Poupança: Já a Poupança tem inúmeros vieses que não a fazem ser um produto coerente para algumas Singulares, como tratado em recente artigo. Essas Singulares precisam focar e alavancar sua carteira de recursos próprios se quiserem construir pilares fortes para sua perenidade. E isso requer um repensar em suas estratégias de médio e longo prazo.

Nosso Depósito a Prazo: Por fim, não devemos nos esquecer de que a quase totalidade de nossos sócios investidores são e serão por um bom tempo conservadores, e bem atendidos pelo nosso Depósito a Prazo, o qual é usualmente bem bonificado pelo rateio das Sobras, gerando um ganho final anual acima do DI. Bem como conta com o FGC (FGCoop), garantia essa não existente nos Fundos. Diante disso, para que esses investimentos moderados rendam mais que nosso Depósito a Prazo é preciso que o mercado esteja muito favorável àquela parcela entre 1% e 20% dos papeis de risco de mercado. São esses papeis de risco que, se obtiverem valorização significativa no mercado, irão proporcionar a esse investimento moderado ganhos acima do DI, já que a parcela restante desse investimento é composta de DI, que é o mesmo balizador que adotamos em nosso Depósito a Prazo.

Mas poucos orientam claramente seus clientes investidores sobre a hipótese também provável de que essa parcela de risco entre 1% a 20% possa gerar uma perda do principal investido (de 1% a 20%), sem que nada desse prejuízo seja repassado a entidade comercial externa que gerenciava a aplicação.

Assim, além do estresse causado nesses investidores quanto à possibilidade de perda real do valor investido, é usual vermos uma apenas razoável eficácia nos rendimentos desses 5% a 20% em papeis de risco, e, portanto, esses ganhos extras não são suficientes para gerar um rendimento superior ao que usualmente pagamos a esses investidores em nosso Depósito a Prazo, somado ao rateio dado a eles nas Sobras, e ainda garantido pelo FGC (FGCoop). A tudo isso devemos somar o fato de que nossos profissionais não são especialistas em Fundos moderados, e a realidade é que a maioria de nossos investidores são eminentemente conservadores, como bem explicitado em um dos artigos listados abaixo. Nele argumentamos que esses nossos investidores conservadores são eficazes em fazer ótimos resultados em sua atividade fabril/profissional, onde podem e decidem por correr algum tipo de risco. Vimos também que o seu excedente financeiro fica aguardando em uma aplicação conservadora a espera de futuras destinações já previamente pensadas, a qual eles acreditam que continue segura (conservadora) e que obtenha um rendimento acima da inflação. Esse rendimento, apesar de discreto, está coerente com o propósito da aplicação vendido para eles pela sua Singular.

Motivo desse material: Mas o objetivo desse envio é compartilhar um interessante fato. Um dos inúmeros clientes de nossa empresa, que é uma das maiores Singulares do Brasil, pediu a um grupo de funcionários que lesse cada um dos mais de 200 artigos postados em nosso site, e selecionasse aqueles que teriam conteúdo para subsidiar ações para uma gestão ainda mais saudável de captação e consequentemente, rendesse uma geração eficaz de funding e resultados consistentes.

Na tabela abaixo estão listados os 45 artigos por eles selecionados, sendo que cada um desses profissionais apresentou a seus diretores, em dois slides, a síntese estratégica que encontrou em cada um dos artigos a eles imputado. O resultado foi muito interessante, prático e totalmente aplicável. Além de minha satisfação com essa ação, ponderei a possibilidade de compartilhar com meus leitores cada um dos 45 artigos selecionados (já com seu link), ordenados por data de postagem. Isso permite, caso queira, que pondere eventuais melhorias em suas ações sobre esses temas, e, quem sabe, possa aprimorar ainda mais suas estratégicas. Finalizando, deixo claro que, além de disponibilizar mais duas centenas de artigos em nosso site, temos muitas outras ponderações sobre esse tema, e essas são compartilhadas em nossos eventos nacionais, consultorias, treinamentos e palestras. E quando possível, as transformamos em artigos para sua melhor sociabilização. Lembrando sempre que: “Concordar é secundário, Refletir é urgente”. Vamos construindo!

Esperamos que essa pré-seleção lhe seja útil. Compartilhe com seus pares.

45Reflexões sobre a captação de Poupança nas Singulares17/12/2019
44Depósito à Vista julgado em segunda instância – PF e PJ separados nas Metas21/11/2019
43Índice de Liquidez Residual (ILR) – Redutor de crise28/08/2019
42Sócios-investidores têm rentabilidade negativa18/06/2019
41Quanto deveria custar o dinheiro repassado às agências?26/04/2019
40FGCoop – Onde está nosso protagonismo?05/02/2019
39ICI-Coop – Índice de Confiança na Instituição Cooperativista de Crédito07/01/2019
38Mitigando as concentrações de riquezas no Deposito a Prazo02/10/2018
37Sejamos uma creche para nossos bons investidores10/09/2018
36O Brasil parou – Reveja sua estrategia29/05/2018
35Nossas duas castas no rateio das Sobras19/03/2018
342018 a 2022 – Será um voo de galinha?08/01/2018
33Decida: metas pelo Saldo Realizado ou pelo Desafio Incremental Realizado13/11/2017
32Nosso pouco caso com o Depósito a Prazo03/10/2017
31Selic baixa maquia o resultado no crédito22/09/2017
30Acredite! Nossos investidores ganham com a queda da SELIC04/09/2017
29O Sr. Depósito a Prazo e sua Predisposição ao Mau Colesterol12/06/2017
28Investidores – O equívoco da Rentabilidade Comercial Zero02/06/2017
27AGO – Ponderações sobre Poupança e Repasse04/04/2017
26AGO – Ampliação de conceitos potencializa equívocos06/03/2017
25Metas de terceiros podem minar a nossa já debilitada aderência25/01/2017
24O Equívoco na Remuneração do Depósito à Vista pela Poupança na AGO03/01/2017
23Sua Singular sabe quanto é afetada a cada queda de 0,25% da Selic?07/12/2016
22As imperfeições nos custos para o repasse de funding interagências16/10/2016
21Seriam nossos bons investidores estranhos à deriva?13/09/2016
20Prece Irlandesa nos ensina a gerir o custo da captação05/09/2016
19Eficácia Comercial – Quanto ainda nos falta?29/08/2016
18Excesso de Liquidez – Uma análise prudencial15/06/2016
17Educação Financeira – Uma pizza de discórdias conceituais – Versão completa13/01/2016
16A desejada discrição nos extratos de nossos sócios30/11/2015
15O custo oculto do funding e do excesso de liquidez02/04/2015
14Singular – O que o Fates tem a dizer em sua defesa30/09/2014
13Singular – Reservas no banco dos réus27/09/2014
12Singular – Elevação da Selic expõe as Sobras14/09/2014
11Crédito Imobiliário – Intrigantes pressupostos para o Cooperativismo de Crédito23/02/2014
10Sócios Seniores agitam o tsunami de saques ao Capital Social22/02/2014
9Bons clientes – Jovens Avulsos ou Entidade Família16/01/2014
8Captação nas Singulares – Uma Sequóia e não um mero Eucalipto02/12/2013
7Singulares – Sejamos discretos ao nos comparar aos bancos20/07/2013
6Singulares e o envelhecimento de seus bons sócios e líderes10/07/2013
5Singulares de frente com a inelasticidade da Receita com Tarifas01/07/2013
4Falando de Reservas sem Reservas27/03/2013
3Parcimônia do BC frente à Selic pode afetar o Cooperativismo de Crédito27/07/2012
2Onde mora a fraca captação no Cooperativismo de Crédito?24/07/2012
1O Caminho Selic no Cooperativismo de Crédito25/03/2012

Concordar é secundário. Refletir é urgente.

Ricardo Coelho – Consultoria e Treinamento com Foco no Cooperativismo de Crédito
www.ricardocoelhoconsult.com.br – 41-3569-0466 – Postado em 27/01/2020

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